Feira Nordestina, folhetos expostos em bancas, recheados de poemas que são declamados ao público que freqüenta o local. Esse elemento que faz parte da cultura popular nasceu na idade média e descreve a poesia escrita e contada no Nordeste, conhecida como Literatura de Cordel, que infelizmente hoje em dia é pouco explorada pela sociedade.
O nome Cordel vem de Portugal, onde esse tipo de folheto de literatura popular também era produzido. Mas os folhetos surgiram na Idade Média, quando os trovadores cantavam suas poesias acompanhados de violas e outros instrumentos musicais.
Nesta época os poetas divertiam a corte ao som das poesias, que anos depois, exatamente em 1450, com o surgimento da imprensa, essa literatura que até então era oral e recitada por jograis, passou a ser vendida em folhetos de papel, com um preço bastante acessivo, o que acontece até hoje.
Na França a Literature de Colportage, como era conhecida e na Espanha Pliegos Sueltos, que significa folhas secas, os poetas carregavam os livrinhos numa banquinha pendurada no pescoço. A tradição apesar de ser originaria na França, hoje já não existe mais na Europa, mas perduram e sobrevivem na cultura nordestina “Essas literaturas morreram e o cordel nordestino continua vivo.
Ele criou toda uma mitologia, uma linguagem poética tipicamente nordestina”, afirma Braulio Tavares, escritor e compositor, autor do livro Contando histórias em versos: Poesia e Romanceiro Popular no Brasil.
Quando a literatura de Cordel chegou ao Brasil, trazido pelos portugueses, o cordel ainda era escrito em prosa. No final do século XIX, passou a ser escrito em versos. O cordelista sergipano Zacarias José dos Santos, de 73 anos, afirma que essa mudança ao fato de o nordestino ter certa cadência na fala.
Edilene Matos, professora da PUC-SP e pesquisadora desse tipo de literatura, conta que os autores divulgavam seu próprio trabalho. Apresentavam-se em praças públicas, expunham seus folhetos em barbantes e até fundaram editoras.
A estrutura e a métrica
Os cordéis brasileiros seguem a linha de texto poeticamente estruturado, têm a sextilha (conjunto de seis versos) como estrofe básica, mas há também as septilhas, oitavas e as décimas (respectivamente sete, oito e dez versos, este último também chamado "martelo")
A métrica dos versos é em geral a redondilha maior, ou seja, os versos de sete sílabas, mas sem o rigor que vigora na poesia erudita. Finalmente, têm rimas e vocabulário simples, mas nem por isso perdem em valor estético. Os folhetos são ilustrados principalmente com xilogravuras, ou seja, gravuras rústicas feitas a partir de entalhes em chapas de madeira. Um exemplo são as capas dos Cordeis de Bule-Bule, que são considerados um dos maiores repentistas da Bahia.
O nome Cordel vem de Portugal, onde esse tipo de folheto de literatura popular também era produzido. Mas os folhetos surgiram na Idade Média, quando os trovadores cantavam suas poesias acompanhados de violas e outros instrumentos musicais.
Nesta época os poetas divertiam a corte ao som das poesias, que anos depois, exatamente em 1450, com o surgimento da imprensa, essa literatura que até então era oral e recitada por jograis, passou a ser vendida em folhetos de papel, com um preço bastante acessivo, o que acontece até hoje.
Na França a Literature de Colportage, como era conhecida e na Espanha Pliegos Sueltos, que significa folhas secas, os poetas carregavam os livrinhos numa banquinha pendurada no pescoço. A tradição apesar de ser originaria na França, hoje já não existe mais na Europa, mas perduram e sobrevivem na cultura nordestina “Essas literaturas morreram e o cordel nordestino continua vivo.
Ele criou toda uma mitologia, uma linguagem poética tipicamente nordestina”, afirma Braulio Tavares, escritor e compositor, autor do livro Contando histórias em versos: Poesia e Romanceiro Popular no Brasil.
Quando a literatura de Cordel chegou ao Brasil, trazido pelos portugueses, o cordel ainda era escrito em prosa. No final do século XIX, passou a ser escrito em versos. O cordelista sergipano Zacarias José dos Santos, de 73 anos, afirma que essa mudança ao fato de o nordestino ter certa cadência na fala.
Edilene Matos, professora da PUC-SP e pesquisadora desse tipo de literatura, conta que os autores divulgavam seu próprio trabalho. Apresentavam-se em praças públicas, expunham seus folhetos em barbantes e até fundaram editoras.
A estrutura e a métrica
Os cordéis brasileiros seguem a linha de texto poeticamente estruturado, têm a sextilha (conjunto de seis versos) como estrofe básica, mas há também as septilhas, oitavas e as décimas (respectivamente sete, oito e dez versos, este último também chamado "martelo")
A métrica dos versos é em geral a redondilha maior, ou seja, os versos de sete sílabas, mas sem o rigor que vigora na poesia erudita. Finalmente, têm rimas e vocabulário simples, mas nem por isso perdem em valor estético. Os folhetos são ilustrados principalmente com xilogravuras, ou seja, gravuras rústicas feitas a partir de entalhes em chapas de madeira. Um exemplo são as capas dos Cordeis de Bule-Bule, que são considerados um dos maiores repentistas da Bahia.